Os idosos de hoje, que foram os jovens e as crianças de ontem, vêm de uma época em que predominavam a deficiência de umaconscientização geral, a falta de informações,
a carência de profissionais realmente habilitados e com os recursos odontológicos ainda numa fase embrionária, como anestesia, Raios X e equipamentos. Tais fatores
constituíram um padrão errôneo de educação odontológica em que predominavam o medo, a falta de interesse, desconhecimento e uma distância enorme da íntima relação de saúde
oral e a totalidade do organismo humano.
Com o passar dos anos, um progresso lento e contínuo, trouxe novos horizontes para a educação em
saúde bucal, visando a formação de bons hábitos de higiene e prevenção que, agora, terão reflexos nos
idosos do futuro.
O aumento da perspectiva de vida e o número de idosos cada vez maior, torna a Odontogeriatria uma
especialidade voltada para esta importante faixa etária.
Nas últimas décadas, a melhoria das condições médicas, econômicas e sociais resultou no
prolongamento da vida do ser humano. Essa longevidade, associada aos avanços da odontologia
preventiva, tem levado a um aumento de pessoas idosas dentadas que buscam a assistência
odontológica.
Apesar do aumento significativo de problemas bucais, com o passar dos anos, vem sendo observado
uma diminuição acentuada no número de dentes perdidos.
Outros fatores, justificam essa queda, como por exemplo, abertura dos meios de comunicação, que
ajudam a criar um novo perfil psicológico do paciente idoso. Sendo assim, os idosos estão mudando,
querendo viver com melhor qualidade de vida. Além disso, há uma preocupação em poder sorrir com
satisfação, comer bem, poder mastigar, pronunciar e influencia a estética e o bem estar psicossocial, por
terem relação direta com a imagem e auto estima.
Cada idoso é completamente diferente de outro idoso, condição que dificulta classificá-lo como um tipo
especifico. A problemática bucal de dois idosos pode ser a mesma e o diagnóstico em cada caso ser
idêntico, porém o plano de tratamento variará conforme a condição física dos pacientes, estado
emocional, filosofia de vida, personalidade, comportamento, atitude, relação familiar, situação
socioeconômico-cultural, entre outros fatores.
Com o avanço da idade, há um aumento da incidência das doenças crônico-degenerativa e do uso de
medicamentos que geram repercussões físicas e psicossociais e há uma queda no nível de higiene
bucal.
A cavidade bucal envelhecida pode apresentar certas características fisiológicas, como a diminuição das
papilas gustativas, causando uma diminuição no paladar e a língua apresenta-se normalmente um
aspecto liso.
Sobre a língua com acúmulo de detritos, pode-se formar uma massa branca conhecida como saburra
lingual, que pode originar o mau hálito ou halitose.
A mucosa bucal pode apresentar-se mais sensível e frágil, devido às alterações metabólicas que
aparecem na terceira idade, tornando-a mais suscetível aos traumas.
Os dentes apresenta-se mais escurecidos pelo amadurecimento dentinário, e com atrição pelo próprio
desgaste com o tempo.
A diminuição na salivação ou xerostomia podem aparecer com certa freqüência, como conseqüência da
atrofia das glândulas salivares, como efeito colateral do uso de certos medicamentos e como resultante
de algumas doenças sistêmicas.